Papai Felipe achou a notícia do sexo do neném ainda mais empolgante do que a própria gravidez. É claro que, menino ou menina, eu estaria feliz. Posto isso, confesso que achar o pinto do neném-menino no vídeo do ultrassom (olha o piru !!), até mesmo antes da médica, desdobrou pra mim uma dimensão que não havia antes. Parece que a notícia estava completa.
A coisa foi assim: desde o anúncio da gravidez a maioria das pessoas dizia que o neném era menina. A Tutu mesmo sempre achou que teria uma menina. Ela tem 2 irmãs, a Anninha e a Julianna, e nunca teve irmãos: a idéia de um filho homem soava meio estranha. O vovô Bismarck - que viveu cercado de quatro mulheres (quatro!), - talvez por precaução já chamava o bebê de "minha neta".
Eu imaginava a casa cheia de titias, subindo e descendo as escadas, um entra e sai no quartinho rosa, milhares de lacinhos, lencinhos, bonequinhas, a tia Ana Paula (do Andrey) emperequetando o neném, assim como todas as outras titias e avós. Ok. Era quase a unanimidade - seria menina. Meus amigos, é claro, se deliciavam com a idéia.
Mas papai gosta de contestar. Decidi fazer campanha abertamente: "O menino vem pra contrariar vocês". Chega de imparcialidade. Assumi o risco de ter que desfazer a minha mente caso fosse mesmo uma menina, mas construí uma idéia de quartinho azul por um momento, afinal de contas eu achava que o ideal seria ter um menino primeiro e uma menina depois.
Na manhã do ultrassom já acordei convicto: era menino. Fomos ao consultório e cruzei o corredor como se fosse o túnel que liga o vestiário ao campo em dia de final. Aos 15 minutos do primeiro tempo, depois da médica enrolar medindo coluna, tamanho do feto, presença do ossinho do nariz, blá, blá e blá avistei, numa virada do neném, o piru do guri !
É meninoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo !!!!!!!!!
Mandei mensagens para o vovô Luiz (que disse que já sabia por que a estatística não falha), liguei pra vovó Silvana (a vovó Lúcia, mãe da Tutu, estava presente), e mandei mensagem para todos os amigos que pude lembrar pra avisar que não, eu não havia passado "...de consumidor a fornecedor", como eles adorariam ter dito.
Falando sério, o fato de o neném ser menino trouxe pra mim identificação com ele. Assim que ele estiver grandinho, vai estar pronto pra defender a irmãzinha que vem !