Chegou a hora, nasceu o Henrique ! Ontem, sábado, dia 18 de Setembro de 2010, às 8:02h da manhã, o nosso filho lindo saiu da barriga da mamãe para este mundo. Veio com 3,2kg e 50cm de comprimento. Ele é lindo, perfeitinho e saudável. Está alinhado com todas as coisas boas e bonitas, é um presentão da vida pra nós, os pais, e para os avós e tios e para todo mundo que acompanhou a gravidez da Tutu com energias positivas.
Obrigado à vida ! É sempre bom ter mais um vivente do nosso lado, e lindo desse jeito então, nem se fala.
O Henrique manda, ainda da maternidade, um aperto no mindinho de todo mundo aí !!
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Preparação
Começou em Jurerê, na casa dos avós Lúcia e Bismarck. Sexta à noite, dia 17, papai cansado do trabalho da semana, queria dormir. Tutu entediada pelas férias forçadas do último mês, queria sair. Esperávamos o neném, que não queria saber de vir, para próxima quarta-feira. Saímos então os 4 (ou 5) para tomar uma sopinha. As contrações da Tutu, doloridas desde as 19hs, incomodaram tanto que nos exigiram ir até o centro para uma consulta na clínica. Tutu estava mesmo em trabalho de parto, apesar de a gente não botar muita fé.
Já madrugada, passamos em casa pra pegar algumas coisas. Tiramos as derradeiras fotos da mamãe com a barriga do neném-menino. Mamãe caminhava na rua silenciosa pra amenizar a dor. Vovó e vovô, mais apreensivos que nós, começaram a varrer a casa e lavar a entrada de mangueirada. O Dindo Theo, acordado por uma mensagem de texto, passou a madrugada conosco. Tia Jú também veio de Jurerê.




mamãe caminha pra aliviar a dor das contrações

"minha última foto grávida do neném"
Baleia estranhou a agitação para o horário
Fomos até a "Clínica Jane", perto de casa, para uma consulta com o médico plantonista. Ele confirmou: Tutu estava em trabalho de parto. Provavelmente viria às 7hs o neném. Oh, uma madrugada pela frente...
Nossa obstetra, a Dra.Emarise, estava no entanto em outro lugar, a "Clínica Santa Helena", acompanhando uma paciente para parto natural. Decidimos trocar de planos e fomos então ter o neném na Clínica Santa Helena, pela segurança de sermos acompanhados pela médica que afinal iria fazer o parto.

Tia Aninha e tio André vieram da balada: "After" na maternidade. Vovô Bismarck, tia Jú e dindo Theo se divertiam com a máquina automática de café
Tio André trouxe charutos cubanos legítimos que ainda serão consumidos em sessão especial. Tia Jú também estava, assim como a vovó Lúcia, vovô Bismarck e o dindo Theo, que parou no posto para comprar guloseimas para as visitas do dia seguinte.
Passamos a madrugada em observação, até o nascimento às 8 da manhã.
O Parto
O parto foi tranqüilo, mas chegar até o parto foi um parto ! Chegamos à maternidade Santa Helena e a dra.Emarise estava fazendo um parto natural em uma paciente sua. Até que ela pudesse nos atender a Tutu seguia com contrações doloridas. Acho que isso era 2hs da manhã, por aí. Nós queríamos fazer o parto "normal", isto é, por "via baixa" como dizem os médicos e por isso a Tutu agüentou as dores cada vez mais fortes. Como as contrações freqüentes não dilatavam o colo na medida certa, dra Emarise resolveu aplicar
ocitocina, o hormônio que dá leite e contrações à mãe, para acelerar o processo.
Foi aí que começou o calvário, o momento em que eu realmente fiquei nervoso. As dores pareciam insuportáveis, ainda mais vindas da Tutu que não é de reclamar à toa. Fui pedir à doutora que fizéssemos logo uma cesária. Não estamos na idade das cavernas.
Tudo bem se tudo estiver correto - e estava até então - optar pelo parto natural. Mas as contrações insuportáveis não dilatavam o colo do útero, e a Tutu não tinha que passar por aquilo. Ninguém deveria ter, no planeta Terra, no ano de 2010, que passar por isso.
Tutu então autorizou a cesária, com a consciência tranqüila de ter tentado até as lágrimas fazer o parto natural, e também de estar certa de tirar o neném lá de dentro somente na hora em que ele naturalmente viria.

Tutu aliviada com a anestesia. A partir daí, foi só alegria pra mamãe
O médico neo-natalista espera o neném para os primeiros procedimentos. Fiquei posivitamente surpreso pela organização, estrutura e equipe da Clínica Santa Helena.
Dra. Emarise, que trouxe o Henrique ao mundo com muita competência

Mamãe é toda ouvidos
Com uma força assustadora para um papai-leigo, puxam a cabecinha de neném, que surge aí na foto
E pela cabeça vêm pescoço e ombros do etezinho
Primeira foto do neném, no colo da dra. Emarise Paes, que nem precisou dar tapinha (agora é contra lei, não é?) para o Henrique abrir um berreiro. Marca a máquina fotográfica que este momento é exatamente 8:02h da manhã. Henrique ainda está fisicamente conectado com a Tutu através do cordão.
Corta o cordão: agora Henrique já tem um corpinho independente. Dra. Emarise, assim que cortou o cordão, mostrou o neném rapidamente pra mamãe.
Neném já mostra talento para ópera no Scala de Milão. De fato esta é a primeira grande tragédia da nossa vida, o nascimento, e dá pra ver a gravidade da coisa na expressão desesperada do neném. Assim que pude falei pertinho do ouvido como eu conversava com ele pela barriga: ele reconheceu a voz. Acariciei as têmporas do neném (carinho que ele mostra apreciar até agora). Assim ele parou de chorar e voltava a berrar quando eu me afastava para ir dar notícias à Tutu.
O momento do parto é muito emocionante, é claro. Mas são emoções diferentes das previstas.
Eu sou um cara que passa mal em um simples exame de sangue e por isso iria ver o parto por trás do paninho, com a Tutu. Mas o anestesista me convidou a assistir tudo de camarote, e eu fui. Vi tudo com estranho distanciamento - esta cirurgia que exige momentos de certa violência.
Quando o bebê nasceu me pareceu mesmo um boneco. Assim que eu vi o seu rosto de perto pensei "eu deveria estar ligado a esta criança, que é o meu filho", mas não senti nada disso. O "neném-menino" e a imagem que construí dele, com quem eu já tinha afinidade, não tinham nada a ver com aquele serzinho amassado e todo roxo. Foi no momento em que a enfermeira me autorizou a tocar nele, foi só quando eu pude falar com ele, que aquele começou a se tornar meu filho, extensão de mim, fusão minha com a minha linda Tutu.
gorrinho para não perder calor pela cabeça
O recém-nascido tenta abrir os olhos, piscando muito, incomodado com a luz abundante

... e foi neste momento em que parecia que a coisa estava completa: levei eu mesmo o neném no colo pra perto da Tutu, encostei o rosto dos dois e o neném se acalmou ao ouvir a voz da mamãe.


E este é o momento do primeiríssimo encontro dos pais com o filho !
Logo depois de a Tutu ver o Henrique, assim que a equipe da Dra. Emarise finalizavam as suturas da cesária, eu levei o neném no colo para o final do corredor, pra mostrar para a familiagem. A tia Luli, que é estudante de medicina e quase havia conseguido entrar na sala de parto, reuniu a turma pra ver o neném. Foi a macacada toda esticando pescoço. Lembro de ter visto primeiro o vovô Bismarck e a tia Luli, depois a vovó Silvana e todos os outros: vovó Lúcia, vovô Luiz, tia Aninnha, tia Jú, tio André, dinda Lela, dindo Theo, esqueci alguém ?
Tava todo mundo tão encantado com o neném que a vovó Lúcia nunca percebeu que era eu que estava segurando a criança (de máscara e toca), e porque eu estava chorando ela se impressionou ("ele é tão lindo que emocionou até o médico!"). Bando de coruja em cima do macaquinho, não ?
Sobre este episódio da apresentação do neném aos familiares, coloco aqui mais tarde fotos tiradas por todos e o vídeo que o vovô Luiz gravou.
No quarto








Parabéns ao nosso filho, neto, sobrinho, afilhado, amigo Henrique por merecer ser tão querido por nós !
Te amamos filhão !!!
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